Rabiscando Antropologia

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O Ramo
de Ouro Livro
ENTENDENDO
UM POUCO MAIS
A sucessão o rei.
O hábito de eliminar os reis divinos aos primeiros sintomas de debilidade ou velhice existiu até recentemente, se é que chegou mesmo a desaparecer totalmente, e não apenas hibernar, entre os chiluks do Nilo Branco. A região em que vivem os chiluks é quase que totalmente coberta de pastagens, e, por isso, a principal riqueza é constituída por seus rebanhos, embora também plantem, em quantidades consideráveis, uma variedade de painço, conhecida como milhete da Índia. Embora os chiluks sejam principalmente pastores, não são nômades, vivendo em muitas aldeias fixas. A tribo conta atualmente com cerca de quarenta mil almas, e é governada por um único rei (rei), cuja residência é em Fachoda. Seus súditos cuidam muito bem dele, cumulando-o de honrarias.
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"A Morte nada na água,
A Primavera vem nos visitar
Com ovos que são vermelhos
E panquecas amarelas.
Levamos a Morte para longe,
Trazemos o Verão para a aldeia".
- A expulsão da morte e o advento do verão
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O DEUS QUE MORRE
Frazer explica com mais precisão a ligação entre a natureza e o rei, valendo-se de exemplos de reis que, de alguma maneira, eram identificados a deuses e, portanto, eram considerados como parte da natureza e mesmo como seu eixo.
Em O Tabu e os Perigos da Alma, tratou-se em geral da sobrevivência dos reis; agora, voltamo-nos para a morte do rei quando, como o rei do bosque, ele é considerado um homem sob a máscara de um deus. Um rei fraco ou velho não será capaz de desempenhar adequadamente suas funções como protetor do curso da natureza porque, de acordo com o princípio do contágio, sua fraqueza ameaçará a fertilidade dessa natureza.
Ele deve, portanto, dar lugar a um sucessor que, matando-o, demonstra maior capacidade de desempenhar as funções de rei. Nesse mesmo contexto, Frazer também examina o princípio da imitação: o rei do bosque é o representante humano do deus do carvalho, e sua morte às mãos de seu sucessor reflete a ordem da natureza, a morte e o renascimento da vegetação, e assegura a sua continuidade: le roi est mort, vive le roi.
A Santa Face de Cristo, que morreu e renasceu, no lenço de Verônica, uma das mulheres que caminharam com ele até o Calvário. Ela enxugou-lhe o rosto com seu lenço, e as divinas feições ficaram impressas no tecido. Essa história é um lembrete para os cristãos da morte de Cristo e de sua ressurreição e seu permanente poder de salvação.
CAPÍTULO III (versão Brasil 1982)
Aqui você encontra:
A mortalidade dos deuses
A eliminação do rei divino
Reis que são mortos quando sua força decai
Reis que são mortos ao fim de um prazo
determinado
Alternativas à eliminação do rei
Reis temporários
O sacrifício do filho do rei
4.A eliminação do espírito da árvore
Os mascarados de Pentecostes
Sacrifícios humanos simulados
O Enterro do Carnaval, a Expulsão da Morte e o Advento do Verão
Quadro de El Greco, Museo Santa Cruz, Toledo.
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O sacrificio do primogênito real Nova luz foi lancada sobre as historias do Velho Testamento pelos primeiros etnógrafos, que testemunharam praticas semelhantes em outras partes do mundo.
Entre os cananeus, ou habitantes aborígines da Palestina, que os israelitas conquistaram mas não exterminaram, o sombrio costume de queimar suas crianças em honra de Baal ou Moloch parece ter sido praticado regularmente.
- O sacrificio do filho do rei
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A RENOVAÇÃO
Morte com data marcada
O rei ou sacerdote divino conserva sua função com o assentimento do povo até que alguma deficiência evidente, algum sintoma visível de má saúde ou envelhecimento, mostre sua incapacidade de cumprir os deveres divinos; mas só quando tais sintomas são claros é ele eliminado. Há certos povos, porém, que julgam pouco seguro esperar até mesmo pelo mais leve sinal de decadência, e em lugar disso preferem matar o rei enquanto ainda está em pleno vigor. Assim, fixam um prazo para o seu reinado, findo o qual ele tem de morrer.



"Acreditava-se outrora que as estrelas previam os destinos dos impérios e o nascimento e a morte dos reis; hoje, elas revelam verdades científicas."
- O homem e o universo