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ENTENDENDO
UM POUCO MAIS
Bálder encontra seu fim.

Seja como for, o certo é que o visco, o instrumento da morte de Bálder, era colhido regularmente em função de suas qualidades místicas na véspera do Solstício de verão na Escandinávia, que é o berço de Bálder. A planta cresce habitualmente nas pereiras, carvalhos e outras árvores das florestas densas e úmidas, em toda a área mais temperada da Suécia. Assim, um dos dois principais incidentes do mito de Bálder é reproduzido na grande festa do Solstício de Verão da Escandinávia. Mas o outro incidente importante do mito, a queima do corpo de Bálder numa pira, tem também sua contrapartida nas fogueiras que ainda ardem, ou ardiam até recentemente, na Dinamarca, na Noruega e na Suécia, na véspera desse mesmo Solstício. E verdade que não há indícios de que, nessas fogueiras, sejam queimadas efígies, mas tal queima é um aspecto que poderia desaparecer facilmente depois de esquecido o seu significado.

E o nome de fogueiras de Bálder (Balder's Balar), pelas quais eram antigamente conhecidas na Suécia essas fogueiras do Solstício, torna fora de dúvida a sua ligação com Bálder e bastante provável que, em tempos mais remotos, um representante vivo ou uma efígie de Bálder fosse queimado anualmente nelas. O Solstício de verão era a época do ano consagrada a Bálder, e o poeta sueco Tegner, ao situar nessa época a queima de Bálder, bem pode ter seguido alguma velha tradição segundo a qual o solstício de verão teria sido o período do ano em que o bondoso deus encontrara seu fim prematuro. 

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Nos mitos de todo o mundo, as vidas dos deuses, das plantas e dos homens formam uma cadeia contínua de interdependência mútua. No mito de Bálder, a vida do deus depende do visco. Inversamente, as plantas podem ter sua existência dependente da intervenção dos deuses. 

 

- O mito de Balder

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BÁLDER, O BELO
 

Em O deus que morre, Frazer trata da mortalidade dos seres humanos que, como o rei do bosque, personificavam um deus — no seu caso, Júpiter, o deus do carvalho. Passa a examinar, agora, a morte dos próprios deuses que, graças ao seu papel de divindades da vegetação, também estão sujeitos a esse humaníssimo destino.

 

A história é contada através do mito e do culto de Adônis, deus do Mediterrâneo antigo, cuja morte e ressurreição anuais estavam particularmente associadas à morte da natureza no outono e ao seu renascimento na primavera. A ligação entre Adônis e o rei do bosque está no jato de que ambos tinham de morrer para preservar o poder de reprodução da natureza. Mas uma outra ligação entre eles está em que, embora fossem ambos mortais, eram parceiros de deusas imortais. Essa associação é fundamental porque, pela imitação, o intercurso dos sexos assegura a fertilidade da natureza. E a deusa que chora a morte de seu amante e se regozija com seu nascimento na primavera espelha a ordem das estações.

CAPÍTULO VII (versão Brasil 1982)
Aqui você encontra:

O deus revelado sob forma humana

Magia contagiosa

A realidade por trás do mito

O casamento entre deuses e mulheres mortais

A ordem divina do universo

O rei como centro do universo

Os perigos da alma

A alma como reflexo

A mortalidade dos deuses

A natureza reflete a vida e a morte dos deuses

Deuses da morte e da vegetação

A onipresença dos demônios

Pedras sagradas

Eliminação do deus no México

Os fogos e os desastres

A árvore da vida

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Quando os sintomas da puberdade surgiam pela primeira vez numa menina, os guaranis do sul do Brasil, na fronteira com o Paraguai, costumavam costurá-la numa rede, deixando apenas uma pequena abertura para que respirasse. Assim embrulhada e envolvida como um cadáver ela permanecia dois ou três dias, ou enquanto durassem os sintomas, período durante o qual tinha de observar rigoroso jejum.

Depois, era confiada a uma matrona, que lhe cortava o cabelo e lhe recomendava rigorosa abstinência de carne de qualquer tipo até que o cabelo houvesse crescido o suficiente para esconder-lhe as orelhas. Enquanto isso, os adivinhos procuravam conhecer o caráter futuro da menina pelos vários pássaros ou animais que voavam ou cruzavam o seu caminho. Sc viam um papagaio, diziam que ela seria faladora; se viam uma coruja, que seria preguiçosa e imprestável para os trabalhos domésticos, e assim por diante.

 

- A reclusão das meninas na puberdade

Essa pintura em areia dos navajos (século XX) representa uma cena mítica na qual o rapaz da chuva e a moça da chuva, seres sobrenaturais, caminham em volta de um lago do qual nascem as quatro plantas sagradas dos navajos. O crescimento dessas plantas depende do sol e da chuva, que só o rapaz da chuva e a moça da chuva podem proporcionar, assegurando com isso a vida das plantas e dos homens. Wheelwright Museum, Santa Fé, EUA.

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No Velho Testamento ha uma das muitas versões da historia da alma externa. A forca e a vida de Sansão estavam em seus cabelos — e era esse o seu ponto fraco fatal. Dalila corta o cabelo de Sansão. Quadro monocromo de Mantegna, National Gallery, Londres.

Uma pintora esquimó expressou a ideia da alma externa em suas próprias palavras: "Meu nome e Pitseolak, que, em língua esquimó, significa 'pombo do mar'. Quando vejo pitseolaks sobre o mar. digo: 'La vao os belos pássaros, isto e, eu, voando!'" Pitseolak, Pictures out of my life, 1970, entrevistas gravadas por Dorothy Eber, Montreal.

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